Integração de competências com olhar nas pessoas, uma pitada de tecnologia e voilà! Eis o caminho favorável para as Cidades Inteligentes e Sustentáveis. Mas afinal, o que são essas tais Cidades Inteligentes e Sustentáveis (CIS)? Especialistas consideram que elas precisam ter clareza na identificação de seus desafios, devem buscar soluções por meio de integração competências multidisciplinares, objetivam primordialmente oferecer usabilidade e simplicidade de serviços aos cidadãos, priorizam o reuso de materiais existentes e buscam estar ancoradas em tecnologias para as suas soluções. Ah, e devem também almejar de forma sistêmica e incessante o aprimoramento dos serviços disponíveis ao cidadão, priorizar a mobilidade ativa(bike, caminhada) e o transporte público na divisão democrática de uso do solo. E tem como premissas as melhorias na vida das pessoas e a garantia da sustentabilidade.

Tudo muito complexo. E é mesmo. Afinal, cada sistema atuante tem suas próprias regras. Mas as transformações dos Atuais modelos de cidade para o conceito de Inteligentes e Sustentáveis poderá ser a grande diferença na gestão das cidades em futuro próximo. E devemos nos capacitar logo. O planeta terá em 2050, segundo estimativas da ONU, 41 megacidades com população acima de 10 milhões de habitantes, com novos modelos de convivência e, certamente, estas tais cidades serão tão reais que teremos outras nomenclaturas para definição de nossas cidades.
Hoje, a maioria das pessoas vive em áreas urbanas (54%) e, em 2050, este número deve subir para 66%, segundo a ONU. Mas no Brasil a migração para as cidades será ainda maior. Segundo o Censo de 2010 (IBGE), 85% da população brasileira vive em áreas urbanas, número que deverá ser de 90%, de acordo com pesquisa publicada pela ONU, em 2017. Definitivamente é imperativo que a sociedade civil, a academia e os entes públicos unam seus esforços e ampliem sua visão de planejamento urbano para as cidades e as regiões metropolitanas, considerando uma abordagem sistêmica.
Yuval Noah Harari, autor do Best Seller Sapiens – Uma Breve História da Humanidade (2015), em entrevista ao Jornal El País (Ago/2018) acertou em cheio ao afirmar que hoje em dia “não conseguimos ter certezas sobre qualquer coisa” com os rápidos avanços tecnológicos e suas aplicabilidades, e que para minimizarmos os impactos dessas mudanças “…devemos unir competências”. A construção de cidades inteligentes e sustentáveis no fundo é isso: integração de competências, com o olhar nas pessoas. Investimento em capital humano.
CIS são conectadas: para isso é determinante que as informações estejam disponíveis sob o conceito Open Data, em especial os dados governamentais. Os gestores das cidades terão que construir os pilares para Governança Digital e o Gerenciamento de Dados, de forma a preservar os dados privados e garantir ao mesmo tempo a disponibilidades de conjuntos de dados sob a tutela de autoridades públicas.
CIS terão Governança Metropolitana: será desenhada por técnicos e especialistas multidisciplinares, objetivando: otimizar recursos, espaço e tempo na construção de infraestruturas – viária, detransportes, construção civil, saneamento básico e de recursos hídricos – e possibilitar o aumento de eficiência.
CIS atendem às necessidades do cidadão: mobilidade urbana, particularmente, com o que os especialistas chamam de Seamless (sem costura), ou seja, serviços “costurados” pela digitalização e “não percebidos”. É como se vivenciássemos experiência única, mas com resultados múltiplos.
CIS apresentam: bons níveis de espaços verdes, de desenvolvimento das habitações, baixo grau de congestionamentos, acesso fácil a Internet, bom nível educacional/escolaridadede sua população e relevante número de startups em funcionamento.
CIS adequam: os processos de gestão pública aos conceitos de inovação que vêm norteando novos modelos de negócios e colocando em curso a Quarta Revolução, que apresenta modelos mentais e processos ágeis; melhor aproveitamento e reuso de materiais existentes. No fundo é “fazer mais com menos” e gerar impactos relevantes à sociedade, acarretando transformações comportamentais que elevem a qualidade de vida das pessoas.
Veja abaixo infográfico da Visual Capitalist sobre Cidades Inteligentes e Sustentáveis, com suas seis áreas de atuação: Transporte, Infraestrutura, Empreendedorismo, Construções, Meio Ambiente e Utilitários

Gostei bastante também da categorização em quatro pilares de atuação e seus respectivos tópicos elaborado pela Smart City Expo Curitiba. Cada tema um mundo e cada mundo ligado a outros universos de conceitos. E todos em um grande Ecossistema Inteligente e que precisa ser sustentável.
- TECNOLOGIAS
Inteligência Artificial – Internetdas Coisas – Realidade Aumentada – Big Data – Centros de Monitoramento -Robótica – Big Data – Mobilidade Autônoma – Algoritmos – Blockchain -Computação em Nuvem – Machine Learning – Automação – Fabricação Digital -Indústria 4.0 – Fintechs – Transformação Digital – Startups e Empreendedorismo- Serviços Móveis – Visualização de Dados – Monitoramento Remoto
- CIDADES CRIATIVAS, SUSTENTÁVEIS EHUMANAS
Cidades Verdes – Engajamento Cívico- Espaços Públicos – Participação Cidadã – Comunidades Inteligentes – EconomiaColaborativa – Bem-Estar e Qualidade de Vida – Engajamento Cívico – ServiçosPúblicos – Co-cidades – Comunidades – Inclusão social – Placemaking – Culturasurbanas – Educação
- GOVERNANÇA EM SOCIEDADES DIGITAIS
Governo Aberto – Dados Abertos -Tecnologia cívica – Estratégias das cidades inteligentes – Big Data – Urbanismoquantitativo – Visualização – Gerenciamento de dados – Inteligência ealgoritmos – Análise de dados – Cidade em tempo real – Laboratórios vivos -Laboratórios Públicos – Governança Inteligente – Governança Metropolitana
- PLANEJANDO CIDADES INOVADORAS EINCLUSIVAS
Economia Circular – Gestão deResíduos – Energia Sustentável – Mobilidade Sustentável – Transportes Públicos- Arquitetura – Design Urbano – Mobilidade Elétrica – Mudanças Climáticas -Poluição do Ar – Resiliência – Segurança Pública – Gestão de Água e Resíduos -Eficiência de Recursos – Urbanismo
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