Mudança é a palavra!

O Ser Público requer transformação!

O Manifesto de Rosário, firmado em 5-outubro-2017 pelos membros da União Internacional de Transporte Público (UITP) América Latina, na cidade Argentina, propõe à comunidade de transportes o que todos nós que acreditamos na função da mobilidade urbana esperamos: MUDANÇA. E com ela… que venha a TRANSFORMAÇÃO. A declaração assinada pelo Secretário-geral da instituição com sede em Bruxelas, Alain Flausch, foi apresentada durante a 15ª Assembleia UITP da América Latina e firma o compromisso, entre outras ações, a de assegurar a implantação efetiva do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas – descarbonizar o transporte público, por exemplo.

Mas como já aprendemos que o mundo é integrado e palavras como empatia, compartilhamento, mobilidade ativa, economia colaborativa são parte da sociedade atual, esperamos que os atores responsáveis pelo ir e vir das pessoas se adequem a esta realidade e transformem a maneira de gerenciar seus negócios, focando suas ações no Ser Humano.

O interessante do Manifesto de Rosário é que ele traz para a discussão com o grau de importância devida a avaliação de nossos clientes aos serviços prestados, a promoção do transporte ativo, o financiamento estável e condições de comércio justo e o uso de dados, inovações tecnológicas e a digitalização. E tem mais, a ênfase em Pessoas. Pode parecer óbvio, mas realmente estamos na Era de centrarmos nas pessoas os nossos esforços e o Ser Público não pode ficar alheio a este momento. E que venha a tecnologia para nos ajudar a fazer isso!

E ao avaliar o que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), empresa vinculada ao Governo do Estado de São Paulo, tem feito deste março deste ano, quando da realização da 1ª Hackatona Metropolitana EMTU-Metra, constato que estamos no caminho certo, o de interagir com a sociedade. Trabalho na EMTU há mais de quatro anos e me vejo com esta grande oportunidade de participar da transformação que está por vir. A cada dia surgem novas ideias e lentamente vamos introduzindo o pensamento da inovação em nossos processos.

Digo lentamente porque nada é muito ágil quando se tem 40 anos de existência e regras já estabelecidas e porque temos a seriedade de não sermos oportunistas em nos unir a uma onda comportamental qualquer, o que de fato não é. Por outro lado, a EMTU pode ter a agilidade que desejar, afinal são 520 funcionários, gerenciamento do transporte presente nas cinco regiões metropolitanas do Estado de São Paulo e a locomoção de 2,4 milhões de pessoas diariamente. Pequena e influente ao mesmo tempo.  Mudar mentalidades e comportamentos costuma ser uma das mais difíceis ações dentro do processo de inovação. Mas, e daí?! Que bom que temos desafios. Quem bom que temos pessoas interessadas em apresentar soluções para os desafios da mobilidade.

Gerenciar o sistema de transporte metropolitano e inovar são ações que isoladas exigem muito trabalho e dedicação. Imaginem fazer as duas simultaneamente? Além das culturas comportamentais a flexibilizar há também as leis a adequar, a eterna falta de recursos e a morosidade processual para levarmos em conta.

Mas há de se começar em algum momento e a EMTU decidiu inovar. Afinal, O poder de decisão está na mão do cidadão comum. E ele sabe disso. O que antes estava restrito aos acadêmicos, pesquisadores ou grandes especialistas… Agora, tudo mudou…

O conhecimento está mais acessível!! A sociedade espera prontidão, agilidade e qualidade nos serviços públicos. Informação precisa para que possam tomar suas decisões. A abertura de dados públicos e a sociedade é combinação que traz inovação.

Inovação Multifacetada

Bem…. São muitos os caminhos e inesperados os resultados quando lidamos com Inovação. Ousadia, experimentos e persistência são adjetivos presentes. A certeza que temos até agora é que é inevitável estarmos abertos às novas ideias, criarmos uma política corporativa de inovação, abusarmos da gestão horizontal, pensarmos que os dados abertos são regra e não exceção e gerarmos impacto social e setorial.

Como previa o regulamento da Hackatona em 3-julho-2017, abrimos o ELAB – Experimentos em Transportes, uma iniciativa da EMTU e da Metra, com a participação de grupos que estiveram na maratona. Hoje estamos trabalhando com três dos quatro grupos que iniciaram conosco. O vencedor Infurbano, que desenvolve APP com interface com nossos usuários, o grupo Fala Aí, que elabora um chat para criar rede de relacionamento entre passageiros de um mesmo veículo de transporte e o Milênio Bus, que desenvolve sistema de pagamento por celular e aplicativo com dados de embarque e desembarque, com informações em tempo nos real de carregamento para o cliente. Grupo que em setembro-2017 venceu na Suíça a Olimpíada Internacional de Tecnologia e Inovação do Instituto de Pesquisa IDIAP, com o mesmo projeto em desenvolvimento em nosso laboratório e em teste em um veículo da Metra.

Gostamos tanto de vivenciar os aprendizados de uma Hackatona que  em setembro apoiamos a maratona de Inovação Tecnológica do ISITE – Instituto Superior de Inovação e Tecnologia, a primeira do brasil a forma engenheiro de Inovação. E estão chegando mais dois grupos de universitários para o laboratório metropolitano de inovação. As duas soluções escolhidas são: unificar os dados dos validadores com o GPS dos ônibus e o pagamento proporcional em tempo real.

 

Mas lidar com ideias requer planejamento e engajamento. E ao contrário do que parece lidar com criatividade e mudanças em modelos é tarefa com trabalho contínuo. Após abrir seus dados para uma maratona de tecnologia, a EMTU avançou mais um pouco e criou o Núcleo de Parcerias + Inovação, que desenvolve neste momento a política de inovação da Corporação. Junto com o núcleo veio o colegiado para inovação composto por 17 colaboradores das mais diversas áreas. É a horizontalidade nas decisões. Estes profissionais estão sendo capacitados e para isso contamos com parcerias, como o Centro paula Souza, institucional do Governo do estado de São Paulo, com excelência educacional.

Dados Abertos

E pioneira na América latina, a EMTU tornou disponível páginas exclusivas com dados do sistema metropolitano de transportes gerenciado por ela. São dados operacionais para desenvolvedores, via API e GTFS, e para a sociedade em geral, dentro do critério de Open Data. São dados primários, que poderão ser reutilizados e analisados por qualquer pessoa.

E com a inovação vem as boas notícias nos meios de comunicação. Todas as matérias publicadas enfatizaram positivamente este bom momento da EMTU

Desafios latentes

O Ser Público precisa mudar!!! Esta é uma constatação. Mas há desafios significativos que devemos nos ater. Como encontrar o equilíbrio entre correr os riscos da inovação e manter a seriedade no serviço; adequar nossas mentes ao novo; ser empático; aceitar que indivíduos tem poder e não só as grandes corporações ou governos, permitir interagir com a sociedade; avançar e ao mesmo tempo servir.

Segundo o Instituto de Políticas de Transportes e Desenvolvimento, caminhamos para a padronização de dados, sincronização de bases de dados e políticas claras de abertura dos dados. Já a Open Knowledge Brasil e a Fundação Getúlio Vagas, o País está na sétima colocação no mundo em relação a abertura de dados. Então não temos mesmo como lutar contra esta maré…

Assinaram o compromisso representantes das principais empresas de transporte público e de assessoria em transportes da América Latina: Cutcsa (Uruguai); Metrô de Buenos Aires e autoridades de Rosário (Argentina), autoridades da Colômbia, Secretaria de Transportes de Natal (Rio Grande do Norte), SPTrans (Município de São Paulo) e EMTU (Estado de São Paulo), e o presidente da UITP América Latina, Jurandir Fernandes.

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